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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CONTROLE DA INFECÇÃO CRUZADA

   Deter as infecções nos consultórios odontológicos tem sido um dos grandes desafios para dentistas, pesquisadores e imunologistas. Na maioria das vezes, os germes têm driblado as medidas de segurança adotadas na atualidade, colocando em risco profissionais e pacientes. Por outro lado, a falta de cuidado de alguns dentistas em relação à biossegurança tem propiciado a intensificação do ciclo de infecção cruzada.
Na prática odontológica, é relativamente comum contatos profissionais com pacientes infectados, portadores de doenças que oferecem risco de vida, como a Hepatite (vírus tipo B) e a Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida (AIDS). A recíproca também é válida quanto à possibilidade de transmissão de doenças infecciosas pelos profissionais da saúde a seus paciente. 

   Portanto para evitar que isto ocorra, o dentista deve seguir a um programa efetivo de normas de assepsia como: a) avaliação e proteção ao paciente; b) proteção pessoal; c) esterilização e desinfecção química; d) assepsia de equipamentos; e) lixo adequado para material contaminado e f) assepsia dos materiais enviados ao laboratório.

   Alguns relatos na literatura têm demonstrado que, segundo Rossetini (1985), as vias de transmissão de moléstias infecciosas identificadas em um consultório odontológico representam assunto de maior importância, porém, estas vias não são levadas a sério pelos profissionais de odontologia. Magro-Filho et al. (1995) verificaram a aplicação de normas básicas de esterilização, desinfeção e paramentação utilizadas por 107 cirurgiões-dentistas da região de Araçatuba e Birigui, estado de São Paulo, e concluíram que grande parte dos dentistas não estavam obedecendo às normas de paramentação, desinfecção e esterilização.

   Para Faraco e Moura (1992), progressos neste sentido parecem ter sido alcançados, mas de acordo com alguns estudos, ainda existe discrepância entre os métodos de controle de doença infecto-contagiosa utilizados pelos cirurgiões-dentistas, e as normas oficiais preconizadas pelos órgãos de saúde. Ademais, um grande número de profissionais parece estar indiferente à implantação de medidas de controle das doenças infectocontagiosas em seus consultórios a despeito dos recursos disponíveis.

   Sampaio, Barbosa e Sampaio (1993a) traz em seu trabalho alguns fatores de risco mais importantes, estando diretamente relacionados com à prática odontológica diária (sangue e agulha), não descartando a transmissão pela saliva e sangue. Nos consultórios de clínica geral a atividade mais intensa do cirurgião-dentista é desenvolvida com alta rotação no preparo cavitário, e este na maioria das vezes provoca sangramento gengival através do contato direto das brocas com a gengiva marginal. Em conseqüência o aerosol provocado por este aparelho e também pelo ultrassônico levará consigo grande quantidade de sangue, bactérias e partículas contaminadas.

   Couto, Couto e Giorgi (1994), com seus estudos, enfatizou a necessidade da limpeza das manchas de sangue dos equipamentos, justificando que alguns microrganismos, como o vírus da Hepatite B, podem sobreviver nestas manchas de sangue por muitos dias, permitindo risco de infecção. Portanto, qualquer equipamento utilizado, após cada sessão clínica, deve ser cuidadosamente desinfetado. Ferreira (1995) recomenda que todos os trabalhadores da área de saúde sejam imunizados, pois correm o risco de se contaminarem com sangue e outros fluidos orgânicos no exercício de suas funções; aconselha-se que o profissional tome vacina contra hepatite B, sarampo, parotidite, rubéola e tétano, ainda que o risco de se contrair seja nulo ou insignificante. Também garante que quanto à adoção de medidas de biossegurança no cotidiano, os gastos para a implantação de um sistema de desinfecção no consultório são muito baixos, quando se divide o produto utilizado pelo número de pacientes atendidos em média.

    Jorge (1997) diz que na cavidade bucal existem mais de 350 espécies bacterianas como habitantes normais da microbiota, a saliva contém 43 milhões a 5,5 bilhões de bactérias por mililitro; portanto o cirugião dentistas utiliza em seu consultório grande número de materiais (instrumentos e aparelhos) que quando contaminados com sangue e/ou saliva devem ser obrigatoriamente esterilizados para evitar os ciclos de infecção cruzada. Medeiros, Cardoso e Ferreira (1998) verificou se alunos do último período de Odontologia estavam realizando corretamente as medidas de controle de infecção e quais os principais erros cometidos que podiam comprometer as recomendações de controle de infecção e concluiu que os alunos pesquisados não estavam seguindo corretamente todas as normas de controle de infecção, e os principais erros foram: não realizam teste anti-HBV, não fazem proteção de filmes periapicais, não fazem desinfecção ou esterilização de peça de mão, não usam óculos protetores e gorro, não fazem desinfecção de moldagens e o descarte de restos de amálgama é diretamente no lixo.

   Teixeira e Santos (1999) dizem que o surgimento da AIDS nos anos 70/80, como uma doença infectocontagiosa, cuja transmissão associava-se a comportamento de risco, e que se tornou uma pandemia, fez com que os profissionais da saúde revissem seus conhecimentos sobre controle de infecção, pois entre els, a incidência de algumas doenças infecciosas é maior do que na população em geral. Porém, desde a faculdade, que, em geral, dão-se aos alunos os conhecimentos teóricos necessários para o atendimento do controle de infecção cruzada, mas não oferecem treinamento e estrutura suficiente para a sua prática, o que desvaloriza a teoria transmitida e faz com que, na prática, o cirurgião-dentista não aja como deveria para evitar os ciclos de infecção cruzada.

   Guevara Péres, Avarez Moreno e Guevara Péres (2000), através de uma revisão de literatura, descreve alguns novos conceitos relacionados com métodos de esterilização e desinfecção e, também, o mecanismo de ação de substância usada na prática odontológica, demonstrando a possibilidade de infecção cruzada com microrganismos patogênicos e a obtenção de uma adequada biossegurança. Rosa et al. (2001) diz que o atendimento odontológico requer condições de assepsia e, para completar as medidas como proteção pessoal, o emprego criterioso de anti-séptico e desinfetantes, métodos adequados de esterilização, tratamento de resíduos patogênicos e também fazer as imunizações recomendadas pelas equipes de saúde. 

   Na preparação prévia do atendimento, observar métodos utilizados como barreira, preparação e organização do equipo, paramentação do operador, do auxiliar, fazer histórico do paciente quanto médicoodontológico e, principalmente, manter-se atualizado quanto aos avanços da biossegurança no consultório. 



 matéria extraída do trabalho
"ESTUDO DO CONTROLE DA 
INFECÇÃO CRUZADA UTILIZADA  PELOS 
CIRURGIÕES-DENTISTAS DE TAUBATÉ"
autoria: Giovanna Lucy Machado e Jane Mathias Kather

para saber mais e acesso ao trabalho completo acesse:
 http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/biociencias/article/viewFile/58/36

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